Em 1961, Benny Goodman fez uma histórica visita à União Soviética, financiada pelo governo dos Estados Unidos, em uma grande turnê com a big band cheia de jovens e talentosos músicos, todos grandes estrelas, que acabariam odiando a viagem, a Rússia e o Benny....Depois que a orquestra voltou para os EUA,salva do incêndio e após o rescaldo, o saxofonista tenor Al Cohn (que não tinha feito a viagem, mas escreveu alguns dos arranjos do Goodman) elaborarou um álbum usando muitos dos músicos que foram na turnê e assim prestar homenagem aos mesmos. O que se estranha bastante, é que nenhum dos seis números são compostos por Cohn, e ele também não toca neste disco, embora tenha feito os arranjos de todas as músicas.
Das seis canções do disco gravado em 1962, "Mission to Moscow", "Let's Dance" e "Russian Lullaby" , fizeram parte do repertório de Benny Goodman na malfadada turnê .
Neste disco, Phil Woods efetivamente destrói no clarinete e junto com os outros solistas, o saxofonista Zoot Sims, o trompetista Marky Markowitz , e o trombonista Willie Dennis. Eddie Costa ao piano e outros relacionados abaixo completam a banda . Uma senhora banda!!! !
Turma da Cozinha :
Marky Markowitz, Jimmy Maxwell (tp)
Willie Dennis (tb)
Jerry Dodgion (as, fl)
Phil Woods (as, cl)
Zoot Sims (ts)
Gene Allen (bars)
Eddie Costa (p)
Bill Crow (b)
Mel Lewis (d)
Al Cohn (arr, cond)
Temas :
1 - Mission To Moscow
2 - The Sochi Boatmen
3 - Midnight In Moscow
4 - Let's Dance
5 - Russian Lullaby
6 - Red, White And Blue Eye
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Infelizmente este disco altamente musical é item de colecionador por estar fora de catálogo.
O que é uma pena... Você não acha !?!
E sabe o que vou fazer agora !?!
Simplesmente vou na vitrola do JazZona, colocar "The Sochi Boatman" para ter o prazer de ouvir o som da costa oeste em seu apogeu, com alguns dos melhores músicos reunidos para uma das sessões mais que deslumbrante. Simplesmente isso.
O show no disco começa com uma grande jam sessions (+/- 19 minutos) com a música "C-Jam Blues" do grande músico e compositor Duke Ellington.
Com Oscar Peterson ao piano, que abre espaço para incluir o saxofonista Willie Smith, seguido por Charlie Shavers mais, Barney Kessel, Ray Brown, Lester Young , o baterista Gene Krupa e muito sopro de Flip Phillips, em um show produzido por Norman Granz . Dizer mais o que , alem de publicar aqui no nosso JazZona , o que já disse o crítico musical José Domingos Raffaelli, no texto abaixo, no relançamento desse maravilhoso disco.
"Este lançamento de um concerto do pianista canadense ao lado de músicos renomados do Jazz at the Philharmonic em Lausanne, Suíça, em 1953. "
"Oscar Peterson foi um dos maiores pianistas de jazz de todos os tempos, um virtuoso cuja invejável técnica permitia-lhe executar, com espantosa facilidade, qualquer improvisação, mesmo nos andamentos mais velozes. Influenciado por Nat King Cole e Art Tatum, como perfeccionista insatisfeito aperfeiçoou sua arte refinada em seu estilo de múltiplas notas executadas com precisão impecável e absoluto controle da situação musical. Seus solos estimulantes, apoiados em swing exuberante, sempre contagiaram as platéias, deixando perplexos os ouvintes. Sua presença em qualquer contexto sempre foi garantia de qualidade, inventividade e refinamento. Neste concerto com o Jazz at the Philharmonic (origem da sigla JATP) – apresentado pelo produtor e empresário Norman Granz –, inspirado, consistente e em grande forma, Peterson toca com músicos do quilate de Lester Young e Flip Phillips (sax-tenor), Willie Smith (sax-alto), Charlie Shavers (trompete), Barney Kessel (guitarra), Ray Brown (baixo) e J. C. Heard (bateria), e em duas interpretações em trio (“Tea for Two” e “Idaho”) com Willie Smith e o lendário baterista Gene Krupa.
Norman Granz
Norman Granz apresenta os músicos na abertura do concerto, iniciado com a introdução de Peterson no incandescente “C Jam Blues”, de Duke Ellington. No autêntico espírito de Jam Session, desfilam Flip Phillips, que levanta a platéia em vibrante participação, Willie Smith dá seu recado improvisando com altas doses de swing contínuo com citações de “Cocktails for two” e “Swinging on a Star”, seguido por Charlie Shavers, cuja apurada técnica cria frases com alto grau de dificuldade que poucos se atreveriam a tocar, levantando o público.
As três peças seguintes destacam os três saxofonistas acompanhados pela seção rítmica interpretando baladas. Cada qual toca uma canção standard, começando com o notável Lester Young, cujo sax-tenor literalmente canta em “I cover the waterfront” (cuja versão definitiva ele gravou com Nat King Cole e o baterista Buddy Rich, em 1945), destilando emoção e sensibilidade; seguido por Willie Smith no clássico “Indian Summer”, cujo lirismo transborda de romantismo e beleza melódica; e Flip Phillips encerra com “Isn't this a lovely day”, bela melodia, algo esquecida na poeira do tempo.
A canção tradicional “Dark Eyes” é uma incursão de Charlie Shavers arrebatando o público com absoluto domínio do trompete, cujas execuções sempre fizeram o difícil parecer fácil. “Cottontail”, clássico do mestre Duke Ellington baseado nas harmonias de “I Got Rhythm” sempre foi um dos cavalos-de-batalha das Jam Sessions. Em andamento supersônico, enseja aos músicos darem seu recado em clima de alta excitação e incontida vitalidade, brilhando Peterson, Willie Smith, Shavers (cujos agudos vão à estratosfera, colocando a platéia em polvorosa), e um longo solo do baterista Gene Krupa extraindo vigorosamente inúmeras variações rítmicas do seu instrumento. “Tea for Two” e “Idaho”, com Peterson, Willie Smith e Krupa, ambas em andamento vivo, são exploradas habilmente pelos três músicos com total interação, realçadas pelas passagens arranjadas com Peterson e Smith em uníssono. Na primeira, além do dinamismo de Krupa, em seu solo Peterson toca à la Art Tatum em passagens de grande efeito. “Idaho” é outra interpretação dinâmica; o longo solo de Peterson reafirma sua alta criatividade de improvisador, mas o que leva o público ao delírio é a troca de quatro compassos entre ele e Krupa, dois mestres do jazz, dando o melhor de si com alegria, entusiasmo e categoria, como se estivessem ensaiando inteiramente à vontade. O nível dessas interpretações dispensa maiores comentários e análises. A dedicação de Oscar Peterson e seus companheiros de jornada à sua arte reafirma serem artistas servindo à música da melhor maneira que sabem e conhecem. A essência da música está na comunicação entre eles. Individual e coletivamente, são mestres em seus instrumentos, espargindo alegria e musicalidade. Embora gravado há 57 anos, sua música continua sendo apreciada e, num
processo mágico, retendo as qualidades da sua fluência essencial ."
Texto : José Domingos Raffaelli (crítico de jazz e música instrumental, escritor, professor e produtor).
Oscar Peterson (1925-2007)
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Músicas :
1- C-Jam Blues (Duke Ellington)
2- Medley : I Cover The Waterfround (Johnny Green / Edward Heyman) , Indian Summer (Victor Herber), Isn't This a Lovely Day (Irving Berlin)
Raymond Matthews Brown (1926-2002) era um nome muito familiar no meio músical. Ele foi , um dos mais requisitados baixistas do seu tempo.
Ele tinha sido um sideman de muitas lendas no mundo do jazz, e nestes álbums, "Some of My Best Friends Are..." ele está no centro do palco com alguns de seus melhores amigos.
Estes CDs são todos dignos de ser adicionados a coleção do bom amante de jazz . Estas são as representações perfeitas da extraordinária musicalidade do Ray Brown e de seu maravilhoso instrumento.
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Alguns dos seus melhores amigos são ... Saxofonistas
Este é um álbum lindo e uma boa oportunidade de ouvir o piano de Stefano Bollani em um contexto diferente. Gravado em Nova York em outubro de 2009.
Penso que será difícil encontrar um disco tão maravilhoso como esse que considero ser um dos melhores lançados atualmente:
"Stone in the water"
do trio Stefano Bollani, Jesper Bodilsene Morten Lund.
Stefano Bollani
O italiano Bollani abre este CD com uma interpretação belissima de "Dom de iludir" composta por Caetano Veloso e três faixas depois volta a surpreender com "Brigas nunca mais" de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Outra faixa merece destaque é "Orvieto" do baixista Jesper Bodilsen. O som do grupo é suave, sutil, e bem musical. Há uma química especial no trio, difícil de definir em palavras... Resumindo: Um belo disco de jazz!
Pessoal da cozinha:
Stefano Bollani - piano
Jesper Bodilsen - baixo
Morten Lund - bateria
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Temas :
1- Dom de iludir
2- Orvieto
3- Edith
4- Brigas Nunca Mais
5- Il cervello del pavone
6- Un Sasso nello Stagno
7- Improvisation 13 en la mineur
8- Asuda
9- Joker in the village
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Vou deixar na radiola a música "Orvieto" do baixista Jesper Bodilsen pra você curtir...
Dias desses, perdido pela noite , resolvi ver como andava a garrafa de whisky que se encontava esquecida e empoeirada nas prateleiras do bar do Porcão Rio's.
Convidei uma amiga para fazer companhia e relembrar os tempos passados naquele piano bar, onde o amigo Vicente, a mais de 10 anos dedilha ao piano belas músicas de jazz e uma MPB refinada, para deleite dos bebun's que por lá frequentam ...
-Vicente, que tal uma música do Bill Evans, como por exemplo : "Blue and Green" do Bill Evans e Miles Davis !?!
- Vince, Toca mais uma do Toots !?!
Fiquei triste . Naquele salão com vista para os jardim maravilhosos de Burle Max e boa música estava totalmente vazio . Nem sombra do bar que fervilhava até dois anos atrás .
Triste, é muito triste, ver a noite carioca se perdendo pelas esquinas da Lapa, Lei seca e do atual gosto músical ...