domingo, 24 de outubro de 2010

OSCAR PETERSON & FRIENDS – JATP LAUSANNE 1953



OScar Peterson & Friends
Swiss Radio Days Jazz Series Volume 16: JATP Lausanne, 1953
Gravado: 14,Março 1953 - Theatre de Beaulieu, Lausanne Swiss 
Link : Aqui




O show no disco começa com uma grande jam sessions (+/- 19 minutos) com a música "C-Jam Blues"   do grande músico e compositor Duke Ellington.

Com Oscar Peterson ao piano, que abre espaço para incluir o saxofonista Willie Smith, seguido por Charlie Shavers mais, Barney Kessel, Ray Brown, Lester Young , o baterista Gene Krupa e muito sopro de Flip Phillips,  em um show produzido por Norman Granz .
Dizer mais o que , alem de publicar aqui no nosso JazZona ,  o que já disse o crítico musical José Domingos Raffaelli, no texto abaixo, no relançamento desse maravilhoso disco.


"Este lançamento de um concerto do pianista canadense ao lado de músicos renomados do Jazz at the Philharmonic em Lausanne, Suíça, em 1953. "



"Oscar Peterson foi um dos maiores pianistas de jazz de todos os tempos, um virtuoso cuja invejável técnica permitia-lhe executar, com espantosa facilidade, qualquer improvisação, mesmo nos andamentos mais velozes. Influenciado por Nat King Cole e Art Tatum, como perfeccionista insatisfeito aperfeiçoou sua arte refinada em seu estilo de múltiplas notas executadas com precisão impecável e absoluto controle da situação musical. Seus solos estimulantes, apoiados em swing exuberante, sempre contagiaram as platéias, deixando perplexos os ouvintes. Sua presença em qualquer contexto sempre foi garantia de qualidade, inventividade e refinamento. Neste concerto com o Jazz at the Philharmonic (origem da sigla JATP) – apresentado pelo produtor e empresário Norman Granz –, inspirado, consistente e em grande forma, Peterson toca com músicos do quilate de Lester Young e Flip Phillips (sax-tenor), Willie Smith (sax-alto), Charlie Shavers (trompete), Barney Kessel (guitarra), Ray Brown (baixo) e J. C. Heard (bateria), e em duas interpretações em trio (“Tea for Two” e “Idaho”) com Willie Smith e o lendário baterista Gene Krupa.



  Norman Granz
   Norman Granz apresenta os músicos na abertura do concerto, iniciado com a introdução de Peterson no incandescente “C Jam Blues”, de Duke Ellington. No autêntico espírito de Jam Session, desfilam Flip Phillips, que levanta a platéia em vibrante participação, Willie Smith dá seu recado improvisando com altas doses de swing contínuo com citações de “Cocktails for two” e “Swinging on a Star”, seguido por Charlie Shavers, cuja apurada técnica cria frases com alto grau de dificuldade que poucos se atreveriam a tocar, levantando o público.



As três peças seguintes destacam os três saxofonistas acompanhados pela seção rítmica interpretando baladas. Cada qual toca uma canção standard, começando com o notável Lester Young, cujo sax-tenor literalmente canta em “I cover the waterfront” (cuja versão definitiva ele gravou com Nat King Cole e o baterista Buddy Rich, em 1945), destilando emoção e sensibilidade; seguido por Willie Smith no clássico “Indian Summer”, cujo lirismo transborda de romantismo e beleza melódica; e Flip Phillips encerra com “Isn't this a lovely day”, bela melodia, algo esquecida na poeira do tempo.


A canção tradicional “Dark Eyes” é uma incursão de Charlie Shavers arrebatando o público com absoluto domínio do trompete, cujas execuções sempre fizeram o difícil parecer fácil. “Cottontail”, clássico do mestre Duke Ellington baseado nas harmonias de “I Got Rhythm” sempre foi um dos cavalos-de-batalha das Jam Sessions. Em andamento supersônico, enseja aos músicos darem seu recado em clima de alta excitação e incontida vitalidade, brilhando Peterson, Willie Smith, Shavers (cujos agudos vão à estratosfera, colocando a platéia em polvorosa), e um longo solo do baterista Gene Krupa extraindo vigorosamente inúmeras variações rítmicas do seu instrumento. “Tea for Two” e “Idaho”, com Peterson, Willie Smith e Krupa, ambas em andamento vivo, são exploradas habilmente pelos três músicos com total interação, realçadas pelas passagens arranjadas com Peterson e Smith em uníssono. Na primeira, além do dinamismo de Krupa, em seu solo Peterson toca à la Art Tatum em passagens de grande efeito. “Idaho” é outra interpretação dinâmica; o longo solo de Peterson reafirma sua alta criatividade de improvisador, mas o que leva o público ao delírio é a troca de quatro compassos entre ele e Krupa, dois mestres do jazz, dando o melhor de si com alegria, entusiasmo e categoria, como se estivessem ensaiando inteiramente à vontade. O nível dessas interpretações dispensa maiores comentários e análises. A dedicação de Oscar Peterson e seus companheiros de jornada à sua arte reafirma serem artistas servindo à música da melhor maneira que sabem e conhecem. A essência da música está na comunicação entre eles. Individual e coletivamente, são mestres em seus instrumentos, espargindo alegria e musicalidade. Embora gravado há 57 anos, sua música continua sendo apreciada e, num
processo mágico, retendo as qualidades da sua fluência essencial ."
Texto : José Domingos Raffaelli (crítico de jazz e música instrumental, escritor, professor e produtor).



 Oscar Peterson (1925-2007)


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Músicas :

1- C-Jam Blues (Duke Ellington)

2-  Medley :
       I Cover The Waterfround (Johnny Green / Edward Heyman) ,
       Indian Summer (Victor Herber),
       Isn't This a Lovely Day (Irving Berlin)

3-  Dark Eyes (Domínio Público)

4-  Cottontail (Duke Ellington)

5-  Tea for two (Vincent Youmans)

6-  Idaho (Jesse A. Stone)




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